Por mais que as pessoas torçam o nariz quando escutam o
nome Kim Kardashian, ou KIMKA como eu, ludicamente, a chamo, ou simplesmente
não façam a menor idéia de quem se trata essa celebridade: fique pasma sim, a
Kimka me faz refletir sobre a vida e a moda.
Para quem não sabe, ela tem um reality show sobre sua vida
e sua família há dez anos ininterruptos nos EUA, no canal à cabo E! E o tal
programa tem sucesso absoluto, e vende tudo que ela que ela toca, como:
roupas, maquiagem, revistas, carros, material de beleza e etc.
A família Kardashian é a rainha da super exposição, esqueça
tudo que você conhece sobre reality shows pensando em BIG BROTHER BRASIL,
não tem simplesmente nada a ver. Nos EUA um reality show filmado por um grande
canal é na verdade todo ele planejado e fake em muitos aspectos, mas
demonstra o dia à dia de uma celebridade americana que expõe seus namoros,
casamentos, gravidez, brigas de família e tudo o mais de bom e de ruim, sem a
menor parcimônia, em nome de estar na mídia o tempo todo.
Mas ok, você pode continuar desprezando um ser humano ou
uma família que vive dessa exposição, mas o ponto em que quero chegar é que a
KIMKA me faz refletir. Ela é “boazuda” e ponto, como a maioria das brasileiras.
Portanto, ela não usa manequim 36 como uma Cara Delavigne ou uma Olívia Palermo
da vida, ela é mulher real que vive num mundo real, come comida de verdade, e vive
postando selfies diárias com vestidos
justíssimos e grudadíssimos. E você diria: Que vulgar, que gordinha, não se
enxerga, né?
Mas ok, você já parou para pensar que uma mulher que usa
manequim 42 ou 44 tem o direito de usar roupas justas e apertadas, de se sentir
confiante, sexy e ser olhada na rua pelos homens, porque você minha amiga pode
torcer o nariz para a KIMKA, mas os homens NÃO fazem isso. Os homens gostam
quando vêem uma KIMKA na rua, e sabe o quê eles vêem exatamente quando apreciam
uma KIMKA? A sua auto-estima, basicamente, a atitude, o jeito de olhar e se
sentir plena e bonita mesmo usando um manequim 42/44, e é isso que a diferencia da grande massa.
Por isso justificando este post, no momento a KIMKA, que
veio ao Brasil lançar sua coleção na C & A, com roupas coladíssimas à preços
populares para todos os tamanhos, está exercendo plenamente o Feminismo ao meu
ver, nos ensinando que uma mulher pode e deve usar exatamente aquilo que lhe
faz bem e que lhe agrada ao se olhar no espelho, e não o quê uma revista de
moda, em geral a Vogue, diz o que você tem que vestir ou como deve se parecer. Sou
magra, mas não uso nem de longe uma roupa 36, por um simples motivo: Sou uma
mulher e não uma menina com quadril de adolescente. Sei de várias amigas minhas que se
atormentam diariamente buscando um modo de se vestir para sempre parecer magra
e longilínea, quando a pessoa tem 1,60 e usa manequim 44, ou seja, é
impossível! Então o que elas fazem? Não compram roupas, não gostam de se
arrumar, entram em pânico cada vez que precisam de uma peça nova, e em geral no
fim acabam se escondendo atrás de batas e blusas largas, que por muitas vezes
até lhes aumentam de tamanho, visualmente falando, gerando frustração e
insegurança.
Então amiga, mesmo com todas as ressalvas que você faz à
Kimka (que para você é só uma celebridade instantânea, que não merece sua
atenção) me escute e aguarde, a Kimka está mudando um paradigma de moda e
estilo, e aliás caso você não saiba ela já saiu na capa da Vogue americana, e
até a poderosa e mal-humorada ANNA WINTOUR teve que engolí-la.
Graziela
(20/05/2015)